Mamonas Assassinas Home-Page: Uma Utopia em Guarulhos
O Mamonas Assassinas foram sem dúvida nenhuma o maior sucesso
de toda história do pop brasileiro. Suas letras sacanas e escrachadas,
seus arranjos criativos e presença brincalhona do vocalista Dinho
garantiram ao grupo espaço junto ao público adolescente e, para a própria
surpresa deles, infantil. Tanto que foram o primeiro grupo brasileiro que
em seu primeiro disco vendeu mais um milhão de cópias.
No começo era o Utopia, uma banda especializada em covers de
grupos como Rush e Legião Urbana. Certo dia eles faziam um show num ginásio
na cidade de Guarulhos quando o público pediu para que cantassem uma música
do GunsN'Roses. Como nenhum dos integrantes do Utopia sabia a letra,
convidaram alguém da platéia para assumir o vocal. Foi aí que Dinho se
apresentou. Ele também não sabia a letra, mas provocou tantas gargalhadas no
público com as palhaçadas que fez no palco, que acabou sendo convidado a fazer
parte da banda.
Com um novo integrante, o grupo começava a percorrer a periferia de São
Paulo. Gravaram inclusive um disco, que não chegou a vender mais de 100
cópias. Tentavam se impor pela seriedade, mas acabavam sempre caindo no
escracho: "Mesmo cantando músicas sérias, já tinhamos a mania de passar a
mão na bunda um do outro no palco", explicava Dinho. Além disso, era comum
fazerem músicas com letras engraçadas, brincando com a cara de amigos e
parentes. Tão engraçadas que resolveram arriscar uma mudança de rumo.
Para começar mudaram o nome da banda, afinal não ficava bem uma banda
com o nome de Utopia cantar aquele tipo de música. Entre as muitas
idéias que apareceram pode-se destacar Os Cangaceiros De Teu Pai,
Coraçõezinhos Apertados, Uma rapa de Zé e Tangas
Vermelhas. Mamonas Assassinas foi o escolhido porque, segundo
Dinho, "foi o que mais fez a gente rir". Hilária também era a versão
em inglês do nome do grupo, indicando que na verdade as "mamonas" não eram
as tão inocentes frutinhas que as crianças pensavam: The Killer Big Breasts.
Com a fita-demo pronta, agora era com as gravadoras... e foi a EMI
que acabou lançando os Mamonas Assassinas. Nessa contratação há
o papel decisivo de Rafael, o filho do diretor artístico da EMI-Odeon João Augusto Soares e
baterista do grupo Baba Cósmica, que tanto
encheu tanto o saco do pai que este foi conferir e gostou do que viu. E assim, no dia 28/04/1995,
foi assinado o pedaço de papel mais importante da vida dos fabs five de Guarulhos.
Além disso, no dia 09/05/1995, os Mamonas Assassinas, graças ao trabalho
de uma assessora de imprensa contratada pelo empresario do grupo (e praticamente o sexto Mamona),
Rick Bonadio, o Creuzebek, fazem sua estréia nacional em grande estilo: no programa
Jô Soares Onze e Meia. Estava aberta a porta para o sucesso.
Sucesso este que se refletiu em uma média de 5 shows por semana, em milhões de
cópias vendidas, em centenas de milhares de fãs espalhados pelo Brasil e
pelo mundo. E foi assim, no sucesso, que eles se foram, no dia 02/03/1996, quando o
avião onde eles viajavam se chocou com a Serra da Cantareira, em São Paulo.
Ou, como diria a rapaziada em sua tão conhecida irreverência e alegria:
"O piloto deu sinal de luz, mas o morro não saiu da frente."